Certa feita "namorei" um fotógrafo, cara gente boa que chamaremos de "R". Entendam que digo que "namorei" pois não gosto do termo ficar, eu fico com fome, fico com sono, fico menstruada, mas ficar com um cara é estranho, sem contar que não sou de ter rolinho de um dia ou dois, normalmente são de um mês (pois isso as vezes cansa a beleza...), então voltando, o "R" era encantador, cheio de coisas diferentes pra me apresentar, sempre com assuntos que me encantavam, principalmente a bela fotografia. A paixão pela foto foi tão grande, que aprendi alguma coisa em observar os trabalhos dele, mas como a maioria dos homens, gostava de juntar prazer com o trabalho, em função disso começaram as nossas brincadeiras, começando que tínhamos o mesmo gosto literário, dada situação eu era a sua Dulcineia del Toboso e ele meu Don Quixote, mas nossa relação era quase uma idealização "rodrigueana", acredito que nem o Nelson escreveria coisas tão profanas, pois cada encontro era regido de mistérios, sacanagem e muita paixão. Mas por artistas e artísticos que fossemos, a fotografia se sobressaía daquele nosso mundinho devasso, aquilo era sagrado, "tudo menos a fotografia", mas um dia ela veio a tona entre pernas e lençóis. Dado momento eu ouço sussurrando "quero te fotografar", eu me lotei de orgulho e aceitei, na hora, sem titubear. Naquele momento virei de fato sua Musa Dulcineia, posando eu fui a diva, a prima-dona ruiva de cabelos longos, nua em um cenário feito com as obras de Monet (tá, eu me achei tudo isso né gente, não foi tanto, mas né!?!). Só que aquele ato fez com que a minha paixão fosse pra pqp, sim, pra pqp!!! Eu percebi o quanto ele era chato, pedante e possessivo... É minha gente, a tal da foto foi exposta em uma mostra, mas quando o público me reconhecia circulando pela mostra, o meu Don virava um reclamão de 5ª categoria. Resumindo tudo, terminamos de uma forma estranha, passamos a nos evitar, pois a minha nudez tão habitual aos olhos dele e tão plástica aos olhos do povo, retumbava na nossa cama e resfriava o desejo.
O que levei disso, aprendi a fotografar, simples assim!
O que levei disso, aprendi a fotografar, simples assim!
Texto enviado por C. Oliveira e mesclado com uma história pessoal.